terça-feira, 21 de junho de 2016

Ninguém é substituível.

Pense numa mentira grande essa história de que todo mundo é substituível! Ontem deu um aperto no peito, uma vontade de gritar, um soluço na alma, se é que isso existe! 
As horas, os dias, as semanas, os meses, os anos, vão transformando a presença em distância e o abraço em lembrança. E Quando a gente menos espera, já se passou tanto tempo, que fica estranho ainda lembrar a mudança da cor dos olhos ou o abraço com gosto de algodão doce. 
Ninguém que realmente importa é substituível, e as sensações que cada uma dessas pessoas causam são inesquecíveis e impossíveis de se preencher com outras sensações. É difícil demais parar esse soluço de alma, mas como todo soluço, passa por muito tempo, só que de vez em quando dá aquela crise rápida, que angustia como se fosse eterna... Que as pessoas continuem sendo insubstituíveis em minha vida. O importante é não permitir que sejam preciso anos pra matar a saudade delas de vez em quando. E que a mudança da tonalidade dos olhos seja vista de quando em quando, pra que não termine virando lembrança.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O melhor é só guardar amor...

Na vida, as coisas acontecem na hora que devem acontecer.

Nem todos os sonhos vão se realizar. E, no final, alguns sonhos seriam a pior coisa que poderiam ter acontecido.
É impossível se livrar do medo, mas é preciso enfrentá-lo, sempre. Até porque ele volta com outras caras de acordo com cada fase da sua vida.
O melhor é não guardar mágoa de ninguém. O melhor é só guardar amor.
Saudade é foda, mas é melhor aprender a conviver com ela. Quando se perde alguém que se ama de verdade, ela nunca deixa de fazer parte da sua vida.
Todo mundo tem defeitos e qualidades, melhor aprender a conviver com as pessoas do jeito que elas são. Caso contrário, melhor aprender a lidar com a solidão. Melhor dizendo, é sempre bom aprender a lidar com a solidão porque a única certeza da vida é a morte e a única constante na vida é a mudança.

Mês cansativo exigindo a reflexão sobre todos os clichês que começam a sair do campo teórico e a entrar na vida prática.



























































































































sexta-feira, 12 de julho de 2013



Você me pediu perdão como se pudéssemos remover com uma borracha nosso pequeno e trágico passado. Mas eu te perdoei porque não consigo gastar um átimo de segundo da minha existência guardando qualquer sentimento por você. E para te perdoar, precisei perdoar também a mim mesma pela armadilha que criei quando eu estava triste e desorientada demais para achar que você pudesse me dar qualquer tipo de direção e desabei nos seus braços e me deixei levar pelas suas mentiras caudalosas. E você, com sua personalidade nociva e perversa, e por viver tão afundando na ignorância de ser quem é, ainda pensou que ser perdoado era um passaporte para qualquer tipo de aproximação. Não. Agora eu tenho sanidade nas minhas escolhas e não estou mais frágil como antes. O que você me causou e as conseqüências graves que tive que administrar sozinha por causa da sua covardia, me fortaleceram de tal forma, que o meu horizonte interno se ampliou no peito e nos olhos e o meu tamanho teve que ser aumentando para comportar tantos aprendizados. Por isso, a pessoa que consegue te perdoar hoje, não é a mesma que você feriu com toda crueldade que eu não sabia ser possível num ser humano considerado socialmente normal. O mal que você tem feito a si mesmo, não é mais problema meu e a minha presença seria um presente dado a alguém que não tem a menor condição de receber o que é bom. Eu poderia ter ajudado você a se lapidar com a minha predisposição para o amor. Mas você... Acostumado a viver na escuridão, não soube suportar a minha luz.

Espero que encontre alguma paz se algum dia conseguir e quiser viver dentro da honestidade.

Marla de Queiroz


terça-feira, 25 de junho de 2013




Estranho é não saber te dizer dessa saudade, daquilo que mais me faz falta em você. Esquisito é ter que te deixar partir pra poder voltar  a me sentir. Insano é consentir que você me perca, te perder mil vezes pra quem sabe me encontrar nesse labirinto de nós dois...

Loucura foi permitir que nos déssemos às costas por pura impaciência de desvendarmos os caminhos...


$ei que não entendo nem metade do que já sentiu por mim.
Por absoluta ausência de comunicação.
Sei que não entende nem metade do que sinto por você.
Por absoluta ausência de paciência.
Eu preciso ouvir, você não precisa falar,  
nos amamos desinformados.
Maldita chuva que começou (...)
A sobriedade das sobras. (...)
A chuva sempre está vestida para velório.
A chuva lava bagunçando.
Deixa tudo mais sujo.
Muito mais verdadeiro.

Pretendia dizer que
A solidão é cheia de boas intenções
.
(Fabrício Carpinejar)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Esperas...




Eram duas esperas que não tinham como dar errado... Ele sempre a quis, desde o primeiro momento que a viu. Ela nunca mais deixou de ser dele, desde aquele primeiro instante em que descobriu que era ele tudo o que sempre esperou, mesmo sem saber... Ele não sabia que seria ela, ela sempre fora a sua espera... Ela nem imaginava, mas teve a certeza no momento em que ele a olhou e o que ela viu foi a si mesma, ela vivia inteira naquele olhar... Ela se via nele e poderia tê-lo amado pra sempre... E, ao contrário do que ele pensava, ela não queria que ele mudasse, só queria que ele fosse ele mesmo, sem medo... Mas, esse medo conseguiu ser maior... E ele?  Covarde-frustrado, provavelmente vai amá-la assim: naquele pra sempre que, contrariando a canção, nunca acaba... É que não se terminam coisas que não se exaurem... Essa é a sina daqueles que não se permitem ir ao fundo do que sentem: permanecem sem ficar, amam sem viver, de fato, o amor (covardia tem seu preço). E ela seguirá sem arrependimentos. E ele até conseguirá seguir por algum tempo, mas seguindo e voltando acabará vivendo daquilo que, estranhamente, não se permitiu viver... Viverá da lembrança dela, perdido no precipício de si próprio  continuará amando-a em silêncio. Aquele silêncio de abismo... Aquele que desperdiça afetos, que destrói sonhos, que não dá atenção  ao vento... Porque como alguém já disse um dia: “não basta amar, é preciso cuidar do amor, há que se dar muita atenção ao vento...” E é assim que nesse amor medroso, descuidado, desatento de si mesmo, que de repente o vento sopra mais forte, corações escapam... E o mundo gira tão rápido que já não cabe mais naquele abraço. E é assim que duas esperas se perdem sem ao menos terem dado errado...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Me dá Raiva...

O que me dá raiva é saber de tudo que fiz por ti.
todas as noites perdidas pensando no que aconteceu todas as concessões que fiz por nós, tudo que deixei pra trás pra traçar um novo rumo, todo o orgulho que perdi em vão.
Me dá raiva pensar em todos os sorrisos que dei, quando o que recebi em troca foram palavras vazias. Dá raiva ao lembrar de todos os beijos apaixonados, jogados por ti ao vento. Todas as falsas declarações de amor, tudo que não vivi aprisionada a tua teia.

Me dá raiva ter sido pra ti tão fácil. Sempre me deixando a tua disposição, me dobrando em duas pra atender teus caprichos, sempre ligando, sempre mudando pra me encaixar no teu molde.

Me dá raiva, por Deus, lembrar de tudo que vivi contigo. Todos aqueles momentos que me senti feliz, que me senti amada. Momentos que agora vejo, aconteciam somente dentro da minha cabeça.

Me dá raiva pensar em todas as lágrimas que por ti derramei, de todas as promessas que tirei de mim mesma, que só me fazem sofrer, cada vez mais.
Me da raiva ter um dia pensado que você era o cara certo. Dá raiva não ter ouvido a razão, que me dizia o tempo todo que aquilo era uma loucura. Ter ouvido a voz da emoção, ah aquela velha raposa,
que me enganou. Porque eu tentava me convencer de que a raposa estava certa, mas eu só estava mentindo para mim mesma.

Me dá raiva em saber que não vai ter um 'final feliz'. Porque nem começar com 'era uma vez', começou. Me dá raiva pensar que seu final feliz não vai ser comigo. Dá raiva pensar em quem vai te abraçar quem vai te aquecer,  quem vai te tocar. Me dá raiva em lembrar de todos os meus amores, e pensar que você foi o melhor deles.

Me dá raiva quando penso no que não vai acontecer. Me dá raiva pensar nas flores e nos dias de sol. Nos teus beijos, e em tudo que eu tinha sonhado pra nós. Os teus olhos, e mãos, e teu abraço protetor; é o que vai me faltar. Me dá raiva não saber o que fazer deste amor.
Mas o que me dá mais raiva nisso tudo é quando meu coração dispara ao te ver. É quando me derreto com tuas mãos tocando minha nuca. É quando acredito nas tuas palavras vigaristas, é quando te ligo de volta quando você desliga. Me dá raiva sentir saudade depois de cada despedida, saber que não vou te esquecer. Me dá raiva desse meu amor eloqüente, sem razão, sem fronteiras. Raiva de saber que acabou. E me dá raiva, não ter raiva de ti, nem só por um segundo, nem só por ter raiva.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Antes que elas cresçam...

'Antes que elas cresçam'

Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto. 

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.
O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

Li este texto em uma postagem do Luciano Huck no FACEBOOK. É uma homenagem a sua filha Eva que acaba de nascer. Não resisti! Resolvi publicar.